O grito do Poeta amante
Schyrlei Pinheiro
O eco, que gemeu de prazer,
sente dor quando calado, ou amordaçado.
Se aprisionado, foge,
deixando rolar da fronte
uma lágrima amargurada,
sentindo, no íntimo, a alegria incontida
cantar no vento, marcando o tempo
precioso, vivido a dois, sem testemunhas,
multiplicando as sementes de esperança,
anelada ao eterno amor, com o perfume da flor,
que desabrocha em qualquer estação da vida
sobre pedras brutas, na relva úmida,
ou no solo seco, coberto por lençóis de carinho
dentro do coração de quem sonha e ama,
deitado nas linhas, além da imaginação. Schyrlei Pinheiro
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